Muito
ouvimos falar em deficiência intelectual e transtorno mental. Mas você sabe as
diferenças entre eles? Neste artigo buscamos esclarecer o que é cada um,
possíveis causas, tratamento e exemplos.
Deficiência intelectual:
atualmente, o Brasil utiliza a terminologia recomendada pela American Association on Intellectual and
Developmental Disabilities (AAIDD), que defende a alteração de deficiência
e retardo mental para deficiência intelectual. A mudança do termo não alterou a
definição, mas foi considerada necessária por ser menos ofensiva e demonstrar
mais respeito e dignidade pelas pessoas (VELTRONE e MENDES, 2012).
Não
é considerado um transtorno, mas uma “deficiência que apresenta déficits
cognitivos concomitantes ao funcionamento adaptativo [...], acarretando muitas
vezes um desenvolvimento mais lento na fala, no desenvolvimento neuropsicomotor
e em outras habilidades” (TÉDDE, 2012, p. 6, 23).
É uma das deficiências mais encontradas em
crianças e adolescentes por ocorrer antes dos 18 anos de idade, atingindo cerca
de 1% da população jovem (VASCONCELOS, 2004). Seu diagnóstico “está a cargo de
médicos e psicólogos clínicos, realizando-se em consultórios, hospitais,
centros de reabilitação e clínicas. Equipes interdisciplinares de instituições
educacionais também o realizam” (CARVALHO et. al., 2003 apud TÉDDE, 2012, p. 23).
Segundo
Tédde (2012) as causas da deficiência intelectual são desconhecidas de 30 a 50%
dos casos, podendo ser genéticas, congênitas ou adquiridas. O tratamento deve
ser feito por uma equipe multidisciplinar, com acompanhamento médico e
trabalhos terapêuticos com psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros. A APAE de
São Paulo salienta que a pessoa com deficiência intelectual, assim como
qualquer outra, tem dificuldades e potencialidades. Seu acompanhamento é
fundamentado no reforço e desenvolvimento destas potencialidades e no apoio
necessário às dificuldades, assegurando seu bem-estar e inclusão na sociedade.
Exemplos
de deficiências intelectuais: Síndrome de Down, Síndrome do X-Frágil, Síndrome
de Prader-Willi.
Transtorno mental: refere-se
a uma doença de caráter psicológico associada a algum comprometimento funcional.
Acarretam em prejuízos no desempenho global da pessoa no âmbito pessoal,
social, ocupacional e familiar. (SANTOS e SIQUEIRA, 2010).
São universais à medida
que atingem pessoas de todas as idades. O diagnóstico é uma questão polêmica
que provoca posicionamentos contrários, conforme afirmam Severo e Dimenstein
(2009, p. 59) “alguns autores defendem que ele serve para rotular as pessoas
[...] e outros afirmam ser o diagnóstico imprescindível na direção do
tratamento e na evolução da ciência médica acerca dos transtornos mentais”.
Para Kaplan e
Sadock (1998, apud Miceli, 2014, p.6)
os transtornos mentais são causados “devido a uma perturbação biológica,
social, psicológica, genética, física ou química. Cada doença possui sinais e
sintomas característicos”. Basaglia (1982, apud
Bock et. al. 2008, p. 350) afirma que a doença mental é “uma interação
dos níveis nos quais nos compomos: biológico, sociológico, psicológico”. O
tratamento consiste basicamente no uso de medicamentos e na psicoterapia,
variando conforme cada caso, como afirma Souza (2006) os avanços da
psicofarmacologia permitem o tratamento das alterações das funções psíquicas e
da mesma forma as diversas psicoterapias se desenvolveram de maneira a
possibilitar que as pessoas com transtornos mentais possam viver melhor.
Exemplos
de transtornos mentais: transtornos de ansiedade, depressão, fobias.
Referências:
APAE
de São Paulo. Sobre a Deficiência
Intelectual. Disponível em: <http://www.apaesp.org.br/SobreADeficienciaIntelectual/Paginas/default.aspx>.
Acesso em: 18/06/1016 às 16h21min.
BOCK,
Ana Mercês Bahia et. al. Psicologias:
uma introdução ao estudo de psicologia. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
MICELI,
Purificación Martin Abuli. A
psicopatologia na avaliação psicológica. Revista Especialize On-line
IPOG. Goiânia, v.1, n. 8, p. 1-18, 2014.
SANTOS,
Élem Guimarães; SIQUEIRA, Marluce Miguel de. Prevalência dos transtornos mentais na população adulta brasileira: uma
revisão sistemática de 1997 a 2009. Jornal
Brasileiro de Psiquiatria, v. 59, n. 3, p. 238-246, 2010.
SEVERO,
Ana Kalliny de Sousa; DIMENSTEIN, Magda. O
diagnóstico psiquiátrico e a produção de vida em serviços de saúde mental. Estudos
de Psicologia, v. 14, n.1, p. 59-67, 2009.
SOUZA,
Paulo Cézar Zambroni. Trabalhando com
saúde: trabalho e transtornos mentais graves. Psicologia em Estudo,
Maringá, v. 11, n. 1, p. 175-183, 2006.
TÉDDE,
Samantha. Crianças com deficiência
intelectual: a aprendizagem e a inclusão. Dissertação de Mestrado. Centro
Universitário Salesiano de São Paulo. Americana, 2012, 99f.
VASCONCELOS,
Marcio M. Retardo mental. Jornal
de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n.2, p. 71-82, 2004.
VELTRONE,
Aline Aparecida; MENDES, Enicéia Gonçalves. Impacto da mudança de nomenclatura de deficiência mental para
deficiência intelectual. Educação em Perspectiva, Viçosa, v. 3, n.
2, p. 448-450, jul./dez. 2012.
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