A Psicologia é uma área do conhecimento que abarca muitas características do ser
humano em sua complexidade e dinamicidade, assim compreender como foi seu surgimento
e alguns traços de seu desenvolvimento é de extrema relevância. A palavra
“Psicologia” é uma junção de duas palavras de origem grega, a saber: Psyche - espírito, alma e respiração e Logia - estudo de algo, assim em sua
nomenclatura, a Psicologia proporciona um “entendimento da alma” busca
compreender processos mentais e comportamentais dos seres humanos, como o que
motiva o seu agir e sua percepção sobre o mundo (KLEINMAN, 2015).
Os pensamentos acerca do que viria a
ser a Psicologia iniciaram com os pensadores gregos que refletiam sobre a
natureza humana em uma época e local onde o conhecimento especulativo fora
valorizado, os pensamentos tornam-se cada vez mais complexos e relacionam-se
intimamente com o posicionamento acerca das condições histórias de cada
período.
Os filósofos gregos: pré-socráticos,
Sócrates (469-399 a.C), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.)
refletiram sobre a relação do homem com o mundo por meio de sua percepção, a
razão como característica primordial da existência humana, a localização
corpórea da razão e posteriormente a psyche
como o princípio da vida. No período medieval prevaleceu a ideia de psyque próxima à realidade religiosa,
característica do período histórico, sendo Santo Agostinho (354-430) e São
Tomás de Aquino (1225-1274) os principais representantes (BOCK, FURTADO e
TEIXEIRA, 2008).
Após
o Renascimento e a chegada da Era Moderna buscou-se a formulação de ciências
tal como conhecemos, os debates gerados na transição entre medieval e moderno
foi pano de fundo para o surgimento da Psicologia. Áreas do conhecimento antes
tratadas filosoficamente ou por mantimento de crenças religiosas então no ápice
para a exploração pelo método científico que surge.
Todas
as ciências surgiram por meio da filosofia, com a proposição de métodos, assim
também ocorreu com a Psicologia que inicialmente remeteu-se aos filósofos gregos,
consolidando-se como campo de conhecimento em 1879 por meio da criação do
primeiro laboratório dedicado ao seu estudo, de forma experimental, na
Universidade de Leipzig (Alemanha), este feito conduzido por Wilhelm Wundt possibilitou
a elaboração e disseminação desta ciência (KLEINMAN, 2015).
De
forma simultânea, diversas linhas de estudo acerca do conhecimento psicológico
foram se desdobrando: na Alemanha, Wilhelm Wundt, Hermann Ebbinghaus e Emil
Kraepelin adotaram uma abordagem rígida (de caráter científico); nos Estados
Unidos estudiosos como Willian James e discípulos recorreram a opções mais
teóricas e filosóficas, na França surge ainda uma linha com base nos trabalhos
de Jean-Martin-Charcot com hipnose e estudos sobre histeria (COLLIN, BENSON,
GISBURG e outros, 2012).
Em
27 de agosto de 1962 a Psicologia foi reconhecida legalmente como profissão no
Brasil por meio da lei 4.119,
embora já tenha tido um desenvolvimento acentuado no país, principalmente com
relação a psicotécnicos e sistemas iniciais para seleção de pessoas. Segundo
Bock (2008, p.100):
São psicólogos
habilitados ao exercício profissional, aqueles que completam o curso de
graduação em Psicologia e se registram no órgão profissional competente [...] a
lei relata o uso (que é privativo dos psicólogos) de métodos e técnicas da
Psicologia para fins de diagnóstico psicológico, orientação e seleção
profissional, orientação psicopedagógica e solução de problemas de ajustamento.
Próximo
de seus 54 anos como profissão regulamentada no Brasil e 137 anos desde a
criação do primeiro laboratório que desenvolvera estudos no campo, a Psicologia continua sua expansão e afirmação mediante outros
campos de estudo e reserva possibilidades extraordinárias acerca da Psique com
pesquisas em diversas abordagens e linhas de estudo.
Referências
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
COLLIN, Catherine; BENSON, Nigel; GINSBURG, Joannan; GRAND, Voula; LAZYAN, Merrin; WEEKS, Marcus. O livro da psicologia. Tradução de Clara M. Hermeto e Ana Luisa Martins, São Paulo: Globo, 2012.
COLLIN, Catherine; BENSON, Nigel; GINSBURG, Joannan; GRAND, Voula; LAZYAN, Merrin; WEEKS, Marcus. O livro da psicologia. Tradução de Clara M. Hermeto e Ana Luisa Martins, São Paulo: Globo, 2012.
KLAINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre
psicologia: Um livro sobre o estudo da mente humana. Tradução Leonardo
Abramowicz – 1ª ed. – São Paulo: Editora Gente, 2015.
Muito bom!
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