domingo, 31 de julho de 2016

Artigo - Psicologia: surgimento e desenvolvimento

A Psicologia é uma área do conhecimento que abarca muitas características do ser humano em sua complexidade e dinamicidade, assim compreender como foi seu surgimento e alguns traços de seu desenvolvimento é de extrema relevância. A palavra “Psicologia” é uma junção de duas palavras de origem grega, a saber: Psyche - espírito, alma e respiração e Logia - estudo de algo, assim em sua nomenclatura, a Psicologia proporciona um “entendimento da alma” busca compreender processos mentais e comportamentais dos seres humanos, como o que motiva o seu agir e sua percepção sobre o mundo (KLEINMAN, 2015).

 Os pensamentos acerca do que viria a ser a Psicologia iniciaram com os pensadores gregos que refletiam sobre a natureza humana em uma época e local onde o conhecimento especulativo fora valorizado, os pensamentos tornam-se cada vez mais complexos e relacionam-se intimamente com o posicionamento acerca das condições histórias de cada período.    
   
Os filósofos gregos: pré-socráticos, Sócrates (469-399 a.C), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) refletiram sobre a relação do homem com o mundo por meio de sua percepção, a razão como característica primordial da existência humana, a localização corpórea da razão e posteriormente a psyche como o princípio da vida. No período medieval prevaleceu a ideia de psyque próxima à realidade religiosa, característica do período histórico, sendo Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274) os principais representantes (BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 2008).       
                                                                                                             
 Após o Renascimento e a chegada da Era Moderna buscou-se a formulação de ciências tal como conhecemos, os debates gerados na transição entre medieval e moderno foi pano de fundo para o surgimento da Psicologia. Áreas do conhecimento antes tratadas filosoficamente ou por mantimento de crenças religiosas então no ápice para a exploração pelo método científico que surge.  
     
Todas as ciências surgiram por meio da filosofia, com a proposição de métodos, assim também ocorreu com a Psicologia que inicialmente remeteu-se aos filósofos gregos, consolidando-se como campo de conhecimento em 1879 por meio da criação do primeiro laboratório dedicado ao seu estudo, de forma experimental, na Universidade de Leipzig (Alemanha), este feito conduzido por Wilhelm Wundt possibilitou a elaboração e disseminação desta ciência (KLEINMAN, 2015).  

 De forma simultânea, diversas linhas de estudo acerca do conhecimento psicológico foram se desdobrando: na Alemanha, Wilhelm Wundt, Hermann Ebbinghaus e Emil Kraepelin adotaram uma abordagem rígida (de caráter científico); nos Estados Unidos estudiosos como Willian James e discípulos recorreram a opções mais teóricas e filosóficas, na França surge ainda uma linha com base nos trabalhos de Jean-Martin-Charcot com hipnose e estudos sobre histeria (COLLIN, BENSON, GISBURG e outros, 2012).              
                        
   Em 27 de agosto de 1962 a Psicologia foi reconhecida legalmente como profissão no Brasil por meio da lei 4.119, embora já tenha tido um desenvolvimento acentuado no país, principalmente com relação a psicotécnicos e sistemas iniciais para seleção de pessoas. Segundo Bock (2008, p.100): 
 
São psicólogos habilitados ao exercício profissional, aqueles que completam o curso de graduação em Psicologia e se registram no órgão profissional competente [...] a lei relata o uso (que é privativo dos psicólogos) de métodos e técnicas da Psicologia para fins de diagnóstico psicológico, orientação e seleção profissional, orientação psicopedagógica e solução de problemas de ajustamento. 
 
Próximo de seus 54 anos como profissão regulamentada no Brasil e 137 anos desde a criação do primeiro laboratório que desenvolvera estudos no campo, a Psicologia continua sua expansão e afirmação mediante outros campos de estudo e reserva possibilidades extraordinárias acerca da Psique com pesquisas em diversas abordagens e linhas de estudo.


Referências

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

COLLIN, Catherine; BENSON, Nigel; GINSBURG, Joannan; GRAND, Voula; LAZYAN, Merrin; WEEKS, Marcus. O livro da psicologia. Tradução de Clara M. Hermeto e Ana Luisa Martins, São Paulo: Globo, 2012.


KLAINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre psicologia: Um livro sobre o estudo da mente humana. Tradução Leonardo Abramowicz – 1ª ed. – São Paulo: Editora Gente, 2015.
 

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